terça-feira, 29 de março de 2016

Como vender ERP em tempos de crise

Achei muito interessante e ótimas as dicas elaboradas pelo autor da matéria a seguir! Vale a pena a leitura!


Você nunca se perguntou por que é tão difícil vender ERP no Brasil? O Enterprise Resource Planning (Planejamento de Recurso Corporativo) é um sistema de informação que integra todos os dados e processos de uma organização – finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, entre outras áreas.

Deveria ser fácil, não é mesmo? Afinal, trata-se de uma ferramenta fundamental na administração das empresas, inclusive ajudando na tomada de decisões. E no atual ambiente de negócios e de insegurança jurídica que impõem barreiras aos empreendedores, adotar esse sistema pode ser a diferença entre lucro e prejuízo.

Além das dificuldades próprias do negócio, o empresário ainda precisa atender a toda a sorte de regras imposta pela Receita Federal e pelos fiscos estaduais, que cotidianamente monitoram os contribuintes. Esse complexo trabalho é possível graças a tecnologias como Notas Fiscais eletrônicas, SPED Contábil, Escrituração Contábil Fiscal (ECF), SPED Fiscal, Bloco K, e-Financeira, enfim, um vasto arsenal que consegue detectar até a menor flutuação nas movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas.

Com todo esse aparato eletrônico do “Big Brother Fiscal”, por que a maioria absoluta das empresas ainda não busca por um bom software de apoio à gestão? Uma resposta poderia ser encontrada analisando-se duas pesquisas globais sobre o empreendedorismo.

Além das 10 milhões de empresas legalmente constituídas, a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) aponta que a taxa total de empreendedores (iniciais e estabelecidos), como percentual da população entre 18 e 64 anos, foi de 34,5%. Ou seja, estima-se que haja em torno de 45 milhões de empreendedores no Brasil.

Por outro lado, o Índice Global de Empreendedorismo (GEI) detectou que nosso país ocupa a 100ª posição em uma classificação de 130 nações. Dentre os 14 pilares do empreendedorismo avaliados para qualificar a nota destacam-se cinco, e vamos muito mal em todos: internacionalização, capital humano, inovação em processos, inovação em produtos e uso de tecnologia.

Apesar do grande número de empreendedores, a venda de soluções fiscais é muito difícil, dada à baixa qualidade deste perfil empreendedor. Em geral, equipes comerciais e os próprios sócios de consultorias e escritórios contábeis justificam a competição por preço a partir da tese de que o empreendedor pouco ou nada valoriza sistemas, consultorias e serviços fiscais.

Na realidade, o problema é outro. Empresas fornecedoras de software e consultorias pecam por acreditar que apenas o caráter obrigatório e a complexidade da legislação fiscal tornariam seus produtos “autovendáveis”, dispensando qualquer metodologia de ação mercadológica ou comercial. Ao mesmo tempo, subestimam a inteligência e a sensibilidade do cliente, se distanciando da realidade desse público-alvo.

Vamos deixar claro: ninguém gosta de comprar por obrigação. E se isso é inevitável, qualquer consumidor normal quer pagar o mínimo possível por algo que seja obrigado a adquirir. Todo mundo pensa assim, inclusive você!

Outro erro fatal é acreditar que seu produto ou serviço é o melhor do mundo, e que por isso ele se vende sozinho. A falácia do melhor produto gera inevitavelmente grandes fracassos comerciais. Nem sempre o melhor produto é o líder de mercado. Veja o caso emblemático do Windows da Microsoft.

Então, para sair da competição por preço, é preciso utilizar técnicas eficazes de marketing e vendas. A falta de métodos gera alguns perfis tragicômicos para as áreas de vendas. No caso de sistemas, temos o vendedor que abre um PowerPoint e fica realizando “apresentações institucionais” enfadonhas, que geram apenas antipatia e sonolência nos ex-futuros clientes.

Temos também os “vomitadores de funcionalidades”, aqueles que abrem o sistema e mostram as “maravilhas” de cada tela e botão do software. Mal sabem que isso só cria objeções e diminui o valor do produto. Afinal, para quê um sistema com “milhões” de funcionalidades, se a pessoa só precisa de 10%. Neste caso, obviamente, ela desejará pagar apenas esta fração do preço da licença.

As consultorias pecam pelos mesmos motivos. E ainda acrescentam outro pecado mortal. Apontam problemas nas empresas antes mesmo de realizarem um mínimo diagnóstico Para completar, invariavelmente sugerem soluções miraculosas sem ouvir as reais dificuldades do ex-futuro cliente.

O primeiro passo para realizar um processo bem-sucedido é colocar-se no lugar do cliente. Entender suas dores. E “dor”, do ponto de vista empresarial, é um assunto crítico de negócios, uma perda de oportunidade ou uma regulamentação não alinhada.

As dores dependem do cargo que a pessoa ocupa. Por exemplo, as do presidente de uma empresa podem ser a queda nos lucros ou a diminuição da participação no mercado. Para o diretor comercial, dói mesmo é a redução de vendas. Já o diretor financeiro sente na pele o aumento nos gastos, o fluxo de caixa deficitário, o alto custo de conformidade etc.

Mais ainda, antes de iniciar seu processo comercial, é preciso entender que todo possível comprador passa por fases: tranquilo, incomodado, pesquisador, comparador e comprador. Ou seja, o “tranquilo” ainda nem sabe que tem a dor. O “incomodado” já tem consciência da dor, mas ainda não está buscando solução. O “pesquisador” já está procurando um “analgésico”. O “comparador” tem consciência da solução e busca quem a forneça. E o “comprador” já sabe quem irá fornecer a solução para o seu sofrimento.

Posso garantir que 80% do seu mercado potencial estão na fase “tranquilo”. Então, o seu trabalho é tirar o “tranquilo” da zona de conforto e mostrar aos demais que sua solução tem mais valor que a dos concorrentes. Mas, cuidado! Para cada fase existe uma abordagem adequada.

Resumidamente, o mercado de soluções fiscais no Brasil é enorme. E são poucas as empresas preparadas para entender as dores dos futuros clientes e mostrar a eles que seus analgésicos são melhores que o dos concorrentes. Por enquanto, o que se vê por aí é muito “remédio genérico” sendo vendido pelo menor preço.

Então, seguem 12 dicas para você realizar vendas de soluções fiscais de alto valor:

• Entenda o modelo de negócios de sua empresa.

• Faça a análise SWOT (forças, fraquezas, ameaças e oportunidades) da sua solução.

• Defina nichos de mercado de maior potencial de oportunidades.

• Elabore o “persona” de cada nicho, ou seja, entenda as dores, as alegrias e as tarefas dos personagens-padrão: presidente, diretor comercial, diretor financeiro, diretor de produção etc.

• Crie uma proposta de valor para cada “persona” explicitando os analgésicos, os geradores de alegrias, produtos e serviços.

• Crie histórias de referência com casos de sucesso para cada nicho.

• Produza conteúdo (artigos, entrevistas, notícias) para cada fase do “persona” (tranquilo, incomodado, pesquisador, comparador e comprador).

• Com o conteúdo adequado, desperte o interesse do “persona” usando e-mails, vídeos, blogs e redes sociais.

• Agende visitas às empresas que demonstraram interesse.

• Diagnostique as dores de cada empresa visitada, entendendo e quantificando impactos das dores. Ou seja, mensure quanto custa para a empresa ficar como está.

• Elabore uma proposta impecável, como um plano de negócios para resolver as dores, deixando claro o “custo de não fazer nada”, as soluções, o cronograma, os investimentos e os critérios de avaliação do sucesso.

• Realize uma apresentação executiva da proposta de solução e do plano de ação para o início do projeto.

Enfim, busque utilizar as metodologias e técnicas eficazes para diagnosticar as dores do cliente e prescrever as soluções adequadas, pois de nada adianta tratar os sintomas sem realmente acabar com as causas. Sem esta atitude positiva e proativa, todo diagnóstico será virose e todo remédio, antibiótico (genérico, claro)!

Autor: Roberto Dias Duarte - Sócio e presidente do Conselho de Administração da NTW Franquia Contábil.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Tendências das Ferramentas de BI - 2016

Gartner disponibiliza novo resultado sobre ferramentas de Business Intelligence através de seu Quadrante Mágico - 2016

Em fevereiro de 2016 o Gartner disponibilizou o resultado de sua pesquisa anual sobre as ferramentas de Business Intellingence existentes no mercado, assim como faz todos os anos.

Este ano, analisando os resultados, nota-se uma tendência de crescimento das ferramentas de Visualização de dados no conceito "Self Service", ou seja, ferramentas com recursos cada vez mais voltados para que os profissionais das áreas de negócios tenham condições eles mesmos de desenvolverem seus painéis e relatórios sem a intervenção da área de Tecnologia da Informação.

O papel da área de TI tende a ser de preparar e garantir as fontes de dados mantendo a segurança e qualidade das informações.

A seguir um gráfico comparativo disponibilizado no site da Inquesti demonstrando comparando os resultados de 2015 (vide http://newserpprojeto.blogspot.com.br/2015/03/avaliacao-das-ferramentas-de-business.html) e 2016.


Comparativo Quadrante Mágico Gartner - Fonte: Inquesti


Tal comparativo confirma a forte tendência das soluções de Business Intelligence para o modelo "self service", destacando os líderes de mercado Tableau e Qlik.

Vale ressaltar que a área de Tecnologia da Informação continuará tendo um papel crucial para os projetos de BI, mesmo com este modelo "self service" ganhando espaço nas empresas. Isto porque é esta área que possui a expertise de desenvolvimento e implementação de projetos para criação de bases de informações no modelo Data Warehouse, onde requer possuir conhecimentos técnicos específicos e metodologia para tal.

Para ter acesso a matéria completa do Gartner sobre o Quadrante Mágico 2016 clique em https://www.gartner.com/doc/reprints?id=1-2XXET8P&ct=160204.

Para ter acesso a matéria da Inquesti clique em http://www.inquesti.com.br/blog/saiu-o-quadrante-magico-do-gartner-2016-o-que-significa-isso.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Com eSocial a fiscalização vai crescer

Sistema exigirá das empresas informações sobre condições do trabalho


Em janeiro de 2017, começou a valer o módulo referente à Segurança e Saúde do Trabalho (SST) do eSocial, que vai exigir das empresas informações sobre condições ambientais do trabalho e rotinas dos funcionários. O impacto dessa mudança será gigantesco na vida de todas as empresas. Primeiro porque o envio das informações terá de ser realizado em tempo real. Já na admissão o empregador deverá informar detalhes do ambiente em que o contratado estará inserido, atividades, riscos, os equipamentos de proteção individual e exames médicos necessários, dentre outras exigências.

O envio dessas informações será todo automatizado, o que além de obrigar as empresas a investirem na automatização de seus processos, vai conferir muito mais abrangência e eficiência à fiscalização. Hoje a fiscalização trabalhista se concentra nas grandes empresas e em segmentos nos quais o risco ao trabalhador é maior. Com o módulo SST do eSocial, todo mundo passa a ser monitorado diariamente e automaticamente. Em um segundo momento, esses dados vão permitir que a fiscalização crie estatísticas para cada setor empresarial e possa comparar empresas com atuações semelhantes para investigar com mais interesse contribuintes que estejam de alguma forma fora das médias identificadas para o segmento.

Empresas de todos os tamanhos vão passar a ser acompanhadas constantemente e os olhos da Receita vão alcançar muitos contribuintes que hoje estão em pontos cegos para a fiscalização. A velha máxima de "quem não deve, não teme" não se aplica completamente a esse caso. A mudança é tão radical e em um período de tempo tão exíguo que a adaptação será difícil para todo mundo. Só um investimento maciço em automatização poderá ajudar as empresas a se protegerem. Essa é a melhor forma que as empresas têm para evitar serem surpreendidas com autuações que serão geradas automaticamente em casos de inconsistências.

Autor: Marcelo Ferreira
Fonte: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços

terça-feira, 8 de março de 2016

Entrega do ECF em 2016

Prazo para entrega da obrigação ECF se encerra em 30 de junho de 2016. 

A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) é a obrigação acessória que substituiu, desde 2015, a tão conhecida Declaração do Imposto de Ren da Pessoa Jurídica (DIPJ) , até então uma das obrigações acessórias mais importantes e completas que as empresas entregavam ao fisco. Na ECF, o contribuinte entrega ainda mais informações que a antiga DIPJ, ou seja, mais desafio e mais trabalho para os já atribulados profissionais atuantes na área. Dentre os dados adicionais requeridas, destaque para o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) e o Livro de Apuração da Contribuição Social (LACS), que fazem parte do bloco M do novo arquivo.

Neste bloco M é que reside a maior dificuldade em gerar as informações ou mesmo preenchê-las. Por este motivo, é o bloco onde encontramos a maior parte dos erros e inconsistências durante os nossos trabalhos de revisão. Entre os obstáculos estão a falta de informações históricas com relação aos saldos iniciais das diferenças temporárias, prejuízos fiscais e base negativa. Nem todas as corporações têm o controle adequado de todas as provisões, variações cambiais e outras diferenças temporárias; ou mantinham o Lalurimpresso devidamente escriturado.
Outra dificuldade no preenchimento referiu-se à Escrituração Contábil Digital (ECD), cujo arquivo deve ser recuperado e é a base para poder gerar a ECF. Pelo fato de a ECD não ter sido gerada e enviada, as empresas não conseguem subir as informações precisas para dentro da ECF.
Para 2016, a ECF vai importar as informações da ECF anterior. Caso haja alguma incorreção na declaração de 2015, a empresa terá que retificá-la antes de importá-la. Do contrário, estará criando uma verdadeira bola de neve para o futuro, pois terá que corrigir todas as ECF do passado antes de gerar a ECF do ano corrente. O prazo de entrega é 30 de junho.
O status de mais importante e completa declaração ainda permanece, mas porque também não defini-la como uma das mais onerosas? A apresentação da ECF com incorreções ou omissões acarretará a aplicação de multa de 3% do valor omitido, inexato ou incorreto. Esta multa é muito mais representativa que as aplicadas na época da DIPJ e as administrações das empresas, em sua maioria, não têm como avaliar se os arquivos estão adequados ou não.
A sede arrecadatória do fisco é ainda maior em períodos que a economia interna enfrenta desaceleração. Desta forma, é altamente recomendável que a ECF seja revisada por alguém capacitado antes da sua entrega e, assim, mitigar o risco de conter informações incorretas.

Link: http://www.dci.com.br/legislacao-e-tributos/empresas-tem-de-se-preparar-para-a-ecf-id532188.html